A prevenção de hepatites é um assunto muito importante, já que a doença pode causar sérias consequências à saúde.
Os tipos mais preocupantes podem causar cirrose, câncer e insuficiência hepática. E o pior é que essas formas mais graves são, geralmente, silenciosas e evoluem por anos antes de serem descobertas.
Por isso, tomar todos os cuidados e conhecer as formas de prevenção das hepatites é indispensável.
As vacinas existentes, que são para as tipos A e B da doença estão presentes nos calendários vacinais infantis. Entretanto, para o tipo C, por exemplo, ainda não há imunizante, então todos os cuidados devem ser tomados.
Veja alguns dados relevantes de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) sobre as hepatites na Américas do Sul, Central e do Norte:
- há 10 mil novas infecções por hepatite B anualmente, e 23 mil pessoas morrem por causa do vírus no mesmo período;
- para a hepatite B o número de infecções anuais sobe para 67 mil e de mortes para 84 mil;
- somente 18% das pessoas que vivem com hepatite B foram diagnosticadas e 22% no caso da hepatite C.
O que são as Hepatites?
Hepatite é um termo geral para um grupo de infecções que afetam o fígado. Elas podem ser causadas por vírus, uso inadequado de medicamentos, uso de álcool e drogas em excesso e também por doenças metabólicas e autoimunes. Entretanto, os principais agentes causadores das hepatites são os vírus. Os tipos mais comuns de hepatite virais são A, B e C. O tipo D é mais comum apenas no nordeste do país, enquanto o E é mais frequente na África e na Ásia. Todos eles podem causar danos ao fígado, mas as variações se diferem em termos de sintomas, tratamento e de como são disseminados. Alguns tipos de agentes causadores da hepatite são encontrados em alimentos ou água contaminados e outros através do contato com sangue infectado. Em alguns casos, entretanto, a infecção pode não causar quaisquer sintomas até que já tenha causado danos significativos ao fígado. Já o tratamento da hepatite depende do tipo de vírus envolvido, como veremos mais à frente. A Maximune oferece vacinas contra hepatites virais. Fale com a gente e agende a sua vacinação!Hepatites: saiba quais são
Para entender melhor sobre a prevenção da hepatite, conheça cada um dos tipos virais da doença.Hepatite A
O vírus é disseminado através do contato com alimentos ou água contaminados e, geralmente, acontece em locais onde o nível de saneamento básico é baixo. De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão de hepatite e os casos de surtos são mais comuns em locais onde a prática do sexo oral-anal é comum. Os sintomas da hepatite A incluem fadiga, febre, náuseas, vômitos e dor abdominal. De forma geral, a doença é benigna, mas em casos graves, o vírus pode levar à insuficiência hepática. A doença também pode ocasionar icterícia e deixar a urina com uma cor escura (cor de coca-cola). Os sintomas duram em torno de dois meses e costumam se resolver de forma espontânea. Não há tratamento para a doença, mas a prevenção da hepatite A é realizada através da vacinação. A vacina contra a hepatite A é tipicamente administrada em crianças com 12 meses ou mais.Hepatite B
O vírus da hepatite B se propaga através do contato com sangue ou outros fluidos corporais de uma pessoa infectada, e também pode ser transmitido de mãe para filho durante a gravidez. Outra forma de transmissão do vírus é por meio de relações sexuais desprotegidas e pelo compartilhamento de seringas injetáveis no uso de drogas. Os sintomas são bastante parecidos com os da hepatite A, com fadiga, urina escura e fezes claras, icterícia, mal-estar, entre outros. A hepatite B é assintomática para a maioria das pessoas e o vírus é eliminado do organismo. Entretanto em uma minoria, a doença pode levar a danos no fígado, câncer de fígado e até mesmo à morte. Já no caso de bebês que contraem a doença ainda recém-nascidos a chance de desenvolver hepatite crônica é de 90% e, por isso, a vacinação nessa fase da vida é tão importante. A vacina é normalmente administrada em três doses durante um período de seis meses e é recomendada para todos os bebês, assim como para qualquer pessoa que possa estar em risco de infecção pela hepatite B. A vacinação é a melhor prevenção da hepatite B.Hepatite C
A hepatite C é uma das formas de hepatite que mais preocupam a comunidade médica, pois 60% a 85% dos casos podem se tornar crônicos, de acordo com o Ministério da Saúde. O vírus é disseminado através do contato com o sangue e pode causar uma ampla gama de complicações graves, como a cirrose, o câncer e também a insuficiência hepática. Na maior parte das vezes, a contaminação pelo vírus da hepatite C não causa sintomas por anos, apenas quando o fígado está muito afetado e já não pode mais ser recuperado. Ainda não há vacina para a doença, por isso, a melhor maneira de prevenção da hepatite C é evitar o contato com sangue contaminado. Isso inclui evitar o sexo desprotegido e tomar cuidado com materiais de manicure, dentistas e agulhas de tatuagens e piercings. A hepatite C pode ser curada em alguns casos ou tratada com medicamentos que podem ajudar a gerenciar o vírus e a reduzir o risco de complicações.Hepatite D
As pessoas com hepatite D também estão infectadas com o vírus da hepatite B (HBV). Isso porque o vírus D precisa do B para sobreviver e se propagar. Quando uma pessoa contrai simultaneamente a hepatite B e D, a situação é conhecida como coinfecção. A doença se manifesta de forma mais leve e é parecida com a hepatite B. Já nos casos em que um portador crônico de hepatite B contrai o vírus da hepatite D, os danos hepáticos podem ser mais severos e costuma haver uma piora dos sintomas. Os indivíduos coinfectados também correm um risco maior de desenvolver uma hepatite fulminante, uma forma de falha hepática que põe em risco a vida. A doença é evitável e a melhor forma de prevenção da hepatite D é se vacinar contra a hepatite B, já que o vírus da hepatite D precisa do outro para existir e se propagar. Não há tratamento específico para a hepatite D aguda, mas podem ser recomendados medicamentos antivirais. Recomenda-se evitar também o consumo de bebidas alcoólicas. O diagnóstico precoce e o tratamento da hepatite D é essencial para prevenir danos hepáticos graves e outras complicações.Hepatite E
A ocorrência da hepatite E é rara no Brasil, sendo mais comum em países da África e da Ásia. O vírus é transmitido através de alimentos ou água contaminada e também pode ser disseminado através do contato com fluidos corporais infectados. Os sintomas da hepatite E incluem fadiga, dor abdominal, náusea e icterícia. Em casos graves, o vírus pode levar à falência hepática e à morte. Não há tratamento específico para a hepatite E, mas a infecção normalmente se resolve por si só dentro de duas a seis semanas. Entretanto, pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos podem precisar de hospitalização. A prevenção da hepatite E é feita principalmente através de boas práticas de higiene e saneamento adequado.Prevenção de hepatites: cuidados necessários
Saiba quais as principais prevenções da hepatite a serem adotadas.Vacina
Atualmente existem dois tipos de vacinas para hepatite: a A e B. A da hepatite A é normalmente administrada em duas doses, sendo a segunda dose administrada seis meses após a primeira. Pode ser realizada a partir dos 12 meses de vida até 15, 17, ou 19 anos a depender do fabricante. A recomendação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que a aplicação de rotina seja feita aos 12 e 18 meses de idade. Entretanto, quando a criança já passou dessa idade, o mais seguro é realizá-la o quanto antes. A vacina da hepatite B é indicada para pessoas de todas as idades e especialmente para gestantes não vacinadas. Os bebês devem recebê-la o quanto antes, preferencialmente nas primeiras 12-24 horas após o nascimento. Ela é oferecida tanto no Programa Nacional de Imunizações (PNI), no sistema público, quanto no sistema privado em clínicas particulares. O esquema de doses de prevenção da hepatite B se difere nos dois casos. Veja:- PNI – quatro doses: uma dose ao nascer, com fórmula isolada, e o restante das doses incluídas na pentavalente aos 2, 4 e 6 meses de vida.
- SBIm – esquema de três doses: ao nascer, com fórmula isolada, e aos 2 e 6 meses de vida, como parte da vacina hexavalente acelular.